A sua origem e significado
O dia da Espiga, celebra-se na Quinta-Feira da Ascensão, 40 dias após a Páscoa.
Este dia, teve origem em rituais pagãos, das antigas culturas célticas e romanas. Era uma festa de celebração das primeiras colheitas, e de agradecimento pela qualidade e quantidade destas.
Com a expansão do cristianismo, esta festa acabou por se agregar às celebrações católicas, ou seja, à Festa da Ascensão.
No Dia da Espiga, é tradição as pessoas irem para o campo apanhar as plantas que formam o ramo de espiga.
As espigas devem ser sempre em número ímpar, e são a parte mais importante do ramo. Podem ser de trigo, centeio, aveia, ou qualquer outro cereal. Representam o pão, como a base do sustento da família, e a fecundidade.
A papoila, com a sua cor vibrante e quente, significa neste ramo o amor, e a vida.
O malmequer, simboliza no ramo, a riqueza e os bens terrenos. Isto pelo seu branco simbolizar a Prata, e ao mesmo tempo o amarelo simbolizar o Ouro.
A Oliveira acaba por ter um duplo significado no Ramo da Espiga. Em parte, significa a Paz, e o desejo pela mesma. Sendo que é um dos símbolos da Paz desde a antiguidade e ao mesmo tempo é o símbolo da Luz, pois o azeite, era colocado nas lamparinas que alumiavam as casas. E a Luz pode ser também interpretada com o sentido divido, significando a sabedoria divina.
O Alecrim, tal como a Oliveira é uma presença constante pelo mediterrâneo. Com o seu cheiro forte e duradouro, e sendo uma planta que resiste a quase tudo, simboliza no ramo a força, a resistência e saúde.
A representação do vinho, tão importante para a nossa cultura e tradição, no Ramo da Espiga vem naturalmente da Videira. É também associado à alegria.
Estas são as principais plantas do ramo e as que devem estar presentes, mas claro, que ao longo do nosso passeio, podemos sempre juntar mais plantas ao nosso ramo, para que fique bonito.
Reza a tradição que o ramo da espiga seja pendurado “de cabeça para baixo”, atrás da porta principal da casa, e aí deve permanecer até ao ano seguinte, para que nos abençoe o lar com todas estas virtudes.
O ramo da espiga, depois de seco é entregue à terra onde poderá gerar nova vida, ou seja, tem em si o alimento e a semente, e assim renova-se.
Em tempos antigos, este dia também foi denominado Dia da Hora e o Ramo da Espiga era colhido na hora entre o meio-dia e a uma da tarde, considerando que, ao meio dia, o sol está no meio do céu, na sua máxima força e apogeu. E esta era considerada uma hora mágica pois se o ramo fosse colhido, nesse espaço de tempo, estaria igualmente na sua máxima força e esplendor.
E como podemos festejar este dia? Com um fantástico piquenique depois de passearmos pelo campo e apanharmos o nosso ramo da espiga, e como este é um dia alegre deve ser acompanhado por bonitas canções tradicionais.
Vamos colher o nosso ramo, vem tu também!
Este ano sem o raminho da minha filha... É a vida!